A Mafalda Antunes é uma Personal Trainer absolutamente apaixonada pelo seu trabalho, que transmite uma energia contagiante. É impossível ficar indiferente à forma entusiasta como fala do fitness, da nutrição e do bem-estar físico. A sua missão é clara: ajudar pessoas a serem mais felizes com o seu corpo. É isso que a move e faz feliz.
Após concluir a sua licenciatura em Ciências de Desporto, optou por especializar-se em fitness e sempre trabalhou nesta área. Aos 36 anos, é a fundadora de um projeto de sucesso criado em 2015. O PrettyFit by Mafalda Antunes é um estúdio de fitness que gere em conjunto com o marido, e que oferece treinos personalizados individuais ou em grupo.
Embora o trabalho desempenhe um papel importante na sua vida, privilegia os momentos e as atividades em família. A Mafalda já é mãe de duas meninas, e prepara-se para dar as boas-vindas a mais dois bebés: a Beatriz e a Carolina. No início de 2018, passarão a ser uma feliz família de seis.
Vamos conhecer mais sobre esta mulher, mãe e empreendedora inspiradora, para quem a honestidade, a força de estar apaixonada em tudo aquilo que faz, o amor e a cumplicidade são valores maiores.
O exercício e o bem-estar físico sempre foram uma paixão na tua vida?
Sim, sem dúvida. A expressão através do movimento, o bem-estar com o corpo, a forma como a pessoa comunica, como fala, como sorri… Eu adoro pessoas. Adoro observar pessoas e o corpo.
A forma como a pessoa está e como se relaciona diz muito sobre si mesma. Ajudar alguém a descobrir que pode ser feliz com o seu corpo é uma coisa que me dá mesmo muito prazer.
O ginásio e o fitness são procurados por pessoas que querem emagrecer, ser mais saudáveis ou têm uma questão específica de saúde, mas em boa verdade, a maioria de nós dedica pouco tempo a perceber se está feliz com o seu próprio corpo e o que é que ele diz acerca de nós. Sinto que sou bem sucedida a ajudar nesse processo de descoberta. A pessoa quer ou precisa de perder peso e consegue, mas quando alcança isso é mágico, porque foi um novo estilo de vida que escolheu para si e deixa de ser uma restrição, algo que é doloroso… Deixa de achar que acordar cedo ou manter a disciplina custa muito, ou que há outros focos de distração. Percebe que tem de estar feliz com a escolha que fez para si. Tem que comer e mexer-se da forma como quer ser vista ou como se quer ver a si própria. Aquilo que eu sinto como uma das primeiras etapas de conquista é quando as pessoas têm a sensação de que afinal não é assim tão mau: afinal eu gosto, afinal eu consigo, afinal eu…E depois, não param! Definitivamente, é uma paixão.
Como é que foi o teu percurso profissional até ao lançamento do PrettyFit, e em que contexto é que este projeto surgiu na tua vida?
Quando terminei a faculdade percebi que não queria ser professora de Educação Física. Sempre tive pequenos trabalhos enquanto estudava: dava treinos de ténis, fiz curso de instrutora de fitness e comecei a dar aulas. O meu primeiro emprego a tempo inteiro foi como Personal Trainer num clube em Lisboa, que pertencia a uma rede multinacional de ginásios. Comecei a investir na minha formação como Personal Trainer e como Group Trainer e cheguei a ser Activities Manager Trainee, e mais tarde surgiu a oportunidade de ser Master Trainer (directora técnica). Aí fui responsável pela formação inicial e contínua de toda a equipa de Personal Trainers. Mais tarde, fiz uma certificação internacional de Coaching, e estava em formação para ser diretora de clube, mas depois, a meio do processo senti que queria ser diretora do meu próprio clube! Nessa altura, decidi entrar para uma rede de franchising que estava em grande expansão em Portugal. Em termos de treinos e de competência científica era algo muito diferente do que tinha feito até ali, mas agradava-me muito o facto de ter um negócio próprio. Tive dois ginásios dessa rede de franchising. Fomos franchisados top performance e recebemos vários prémios ao longo dos anos, como de faturação, performance, etc. Mas chegou uma altura que a crise se instalou em Portugal, e houve alterações grandes na área do exercício físico. Comecei a pensar em criar um novo modelo, adaptado a essa nova realidade. O que mais gosto de fazer na vida é o treino personalizado, então decidi implementar o treino personalizado no meu negócio. O PrettyFit surgiu a partir da ideia: como é que eu posso ser uma versão melhor daquilo que eu sou, ou aproximar-me mais dessa versão. Talvez a minha formação em coaching também ajude porque tem a ver com aproximar e construir aquilo que eu quero do meu nível de Fitness. E pronto, daí surgiu o nome PrettyFit.
Se há seis anos atrás te dissessem que em 2017 ias estar por conta própria e ser bem sucedida, fazer aquilo que amas, qual seria a tua reação?
Eu ia acreditar… Primeiro, porque há seis anos atrás eu já trabalhava por conta própria. Agora se me dissessem que eu ia estar a desenvolver a minha marca… Nunca imaginei… Aliás, às vezes ainda tenho dúvidas! Desenvolvi o meu método de treino que é a aula Pretty Fit 45, tem a duração de quarenta e cinco minutos e é uma forma de treino personalizado em grupo. É a aula preferida das nossas alunas! A mais frequentada. As aulas em grupo têm uma energia muito boa… No entanto, a área onde eu sinto que consigo marcar diferença na vida das pessoas é no Treino Personalizado individual. Neste momento, já temos inclusivamente o treino personalizado online a funcionar. Dou treinos personalizados via Skype e até tenho alunos fora de Portugal. Assim como tenho pessoas para quem que eu prescrevo o plano de treino e executam-no noutro ginásio, ou em casa, ou na rua.
Achas que de uma forma geral os portugueses estão mais conscientes em relação à importância do bem-estar físico e percebem que vai para além da questão estética?
Ah, claro! Sem dúvida! Eu acho que todos os operadores na área do exercício e saúde estão sem dúvida no bom caminho. Penso que o caminho a percorrer é longo, e que o acesso à informação pode ser uma faca de dois gumes. Tenho pessoas que me procuram a dizer: “Pois isto do Facebook eu estou baralhada, já não sei o que é que se pode ou não se pode!”. E pronto, não posso tirar outra ilação, a não ser pensar que isto é uma coisa boa, porque nós temos é que fazer as pessoas pensarem, não é? E, de facto, a procura de pessoas especializadas em cada uma das áreas continua a ser uma necessidade. Acredito que, sem dúvida, é uma coisa boa e que os portugueses estão muito mais atentos. Antigamente as pessoas procuravam-nos por razões estéticas: a perda de peso, as gorduras localizadas, a tonificação… hoje em dia, tem a ver mais com a saúde ou “porque isto me faz falta ou porque eu preciso”. Já é uma coisa bem quotidiana a falar, já não é uma exceção.
Qual é o conselho que podes dar a quem quer implementar a prática regular de exercício físico na sua vida, mas tem dificuldade em conciliar com a vida pessoal e profissional.
Em primeiro lugar, acho que tem a ver com parar de arranjar desculpas. Sinceramente, a falta de tempo… Eu não conheço ninguém com tempo. Ninguém tem! Eu também não tenho tempo, nenhum dos meus alunos tem tempo. Nós temos que criar tempo, nós conseguimos arranjar tempo para as coisas que temos o compromisso de fazer. Eu acho que uma estratégia simples é o período da manhã. As pessoas que fazem exercício físico de manhã são muito mais comprometidas e mais disciplinadas do que as pessoas que fazem exercício físico ao final do dia. Mas atenção, exceções existem para todas as regras. Eu, por exemplo, acordo todos os dias às 05:45 da manhã. Às 07:00 horas já não tenho vagas para dar treino. Hoje nós marcámos às 10:00 e eu já dei cinco treinos. Portanto, é difícil acordar cedo? É! A questão tem a ver com a forma como eu acordo: eu acordei para quê? Eu acordei porque alguém me disse que eu achava que queria ir, ou acordei porque eu quero? Depois é aproveitar para trabalhar todos os dias em direção àquilo que se pretende, por tudo e por nada, por pequeninas coisas. Eu sei que existem pessoas que passam o dia todo sentadas, têm reuniões, que têm profissões de alta responsabilidade, encargos familiares… e eu não estou a falar de encargos financeiros, estou a falar de encargos ocupacionais muito pesados, mas é possível subir escadas em vez de andar de elevador, é possível andar mais a pé em vez de estar sempre a conduzir, é possível preparar o lanche e levar, é possível beber mais água, é possível levantar da cadeira e espreguiçar, é possível levantar dez minutos mais cedo. É possível treinar dez minutos. Os treinos de dez minutos todos os dias ou de três vezes por semana resultam mais que os treinos de uma hora de mês a mês. Acredito que tudo começa por descobrir coisas de que se gosta, e acima de tudo, pôr na cabeça: deixar de se lamentar “Não sei quê, eu hoje não consigo, mas dói-me, mas isto, não sei o quê…” Sinceramente, acho que o exercício físico e a alimentação saudável, daqui a uns anos deveriam ser vistos como tomar banho. Não é por eu ter uma vida muito atarefada que deixo de lavar os dentes e de tomar banho. Se calhar não tomo banho de imersão todos os dias nem demoro todo o tempo que às vezes gostava, nem faço aquele tratamento ao cabelo, mas não vou sair de casa sem tomar banho. É igual! Tem que ser. É uma necessidade básica. O único sítio onde nós vivemos é o nosso corpo.
Estás grávida pela terceira vez e vais ter gémeas. Quais são os principais cuidados nesta fase especial da tua vida?
Em primeiro lugar, aquilo que eu tenho procurado fazer é disciplinar mais o meu treino. Deixei de dar a quantidade de aulas de grupo que dava por semana porque sinto que isso me vai deixar muito cansada para tratar especificamente da minha condição física, portanto aquilo que eu quero é manter-me em excelente condição física dadas as circunstâncias. Confesso que foi overwhelming saber que estava grávida de gémeos, mas estou super feliz! Acho que vai ser espetacular. Acima de tudo, acho que é importante estar na melhor condição física, aprender a descansar e ser mais disciplinada no meu descanso, que é uma coisa que protelo sempre… O meu tempo, o meu exercício físico e a minha alimentação neste momento valem ouro, e tenho que me sentir com energia. Continuo com os mesmos hábitos alimentares. Não sou fundamentalista, como de tudo e tenho exceções à minha regra: gosto de bolas de berlim na praia, é a verdade! Mas tenho uma alimentação 90% biológica baseada sobretudo em produtos de origem vegetal, apesar de comer muitos ovos. Como carne, como peixe, mas não bebo leite.
Ser saudável é?
Ser saudável é ótimo! Ser saudável é bom! Ser saudável é ser feliz! Porque é impossível eu estar feliz e muito preenchida com tudo aquilo que me rodeia menos comigo, portanto eu tenho que começar por mim.