Andreia Teixeira tem 35 anos, é mãe orgulhosa de três filhos, e em julho de 2015, decidiu que tinha chegado a altura de mudar radicalmente a sua vida. Ganhou coragem e transformou não só a sua vida, como a daqueles que mais ama. Quem olha para ela, vê uma mulher linda, jovem, feliz e de bem com a vida. Andreia representa tudo isto, mas a sua beleza vai muito além do exterior.
Chegou a pesar 98 kg. Atualmente pesa 57 kg. O caminho por ela percorrido nos últimos dois anos revela uma mulher corajosa, determinada e de caráter forte. Uma mulher que foi mãe pela primeira vez aos 19 anos e que sempre lutou muito. Enquanto criava a filha estudou e trabalhou ao mesmo tempo. Mas o tempo foi correndo, e Andreia reconhece que em determinado ponto da sua vida, se esqueceu de si. Como ela própria diz “Andei adormecida e acomodei-me. Em certas as alturas da nossa vida, acho que passamos por um período em que deixamo-nos estar, e mesmo que pensemos que queremos mais, achamos sempre que a vida só vai terminar daqui por muitos anos e então vamos ter tempo… e não temos”. Esta é uma partilha inspiradora de uma mulher que nos mostra que quando queremos algo, tudo é possível.
Em 2015, decidiste transformar a tua vida. Foi uma transformação de dentro para fora?
Foi. Porque se fosse de fora para dentro, acho que seria chegar ao espelho e dizer sou gorda e tenho que ficar magra para ser bonita. Não foi isso. Eu não conseguia acompanhar os meus filhos nas brincadeiras, não conseguia subir umas escadas, tinha apneia, estava doente, eu estava completamente doente. Foi uma mudança interior, percebi que tinha de adotar um estilo de vida diferente, que me fizesse ganhar saúde para poder acompanhar os meus filhos.
Quando é uma mudança exterior não estamos a pensar em nós, mas sim no que os outros vão pensar de nós. Eu não mudei pelos outros, eu fiz isto por mim, porque o que me interessava era ser saudável, ganhar saúde, e ganhar vida.
A mudança dieta alimentar foi crucial nesse processo, assim como a introdução do exercício físico, conta-nos como é que foi esse processo.
No dia 7 de julho de 2015, mudei tudo. Inscrevi-me no ginásio com uma amiga. Entretanto, ela desistiu, eu persisti, insisti, consegui manter-me e vou continuar. Já é parte da minha vida. Mudei a alimentação radicalmente e deixei de fumar. Nesse dia, deixei de fazer tudo o que me fazia mal.
Lembro-me de pensar se não for agora, não vai ser mais. Parece que naquele dia eu tive toda a coragem do mundo que nunca tinha tido. Nunca consultei nenhum nutricionista. Não precisava de ninguém me dissesse qual era o meu caminho, eu sabia qual era e só tinha de o fazer. Estabeleci um plano alimentar, estabeleci um plano de exercícios, inicialmente com um Personal Trainer (PT), porque eu estava num estado lastimável, e a ajuda dele, na altura foi fundamental.
Eu não podia emagrecer muito depressa. Estabelecemos um limite de 3/4kg por mês e não mais do que isso, para o corpo não se ressentir.
Tens orgulho no teu corpo?
Tenho um orgulho enorme no que está dentro deste corpo. Claro que, quando as pessoas me dizem “Tornaste-te numa mulher lindíssima…os anos fizeram-te imensamente bem.”, eu penso, o que é que eu andei a perder… Afinal, todos temos ego, e não há problema nenhum. É tão bom quando alguém nos diz “Hoje estás linda!”. Mas essencialmente, o que importa é o que está cá dentro.
Esta coragem que não me faz desistir todos os dias. No ginásio que frequento, já me disseram para mudar a minha foto. E eu disse que não. Quero entrar ali e olhar para aquilo que fui. Para me lembrar que nunca mais na vida vou voltar a ser assim. Cada vez que eu entro no ginásio sei que vou ter que dar o máximo.
A tua família também acompanhou esta viagem, especialmente os teus três filhos. A vida deles também se alterou?
Muito, radicalmente. Eles passaram a ter lanches que jamais pensariam comer. O meu filho do meio também era obeso. O Rafa foi acompanhado por uma nutricionista por indicação do médico. Obteve resultados fantásticos, de perda de peso, e principalmente de volume.
Ao contrário do que as pessoas possam pensar não uso produtos light. Evito os alimentos processados, e como o mais natural possível. A regra é pegar no que eles gostam, e introduzir novos sabores pouco a pouco, teve que ser assim. Uma das coisas que eles e os colegas acham piada são os puffs de quinoa ou de espelta. É como se fossem pipocas, mas de espelta, quinoa, de arroz que juntam ao iogurte com um pouco de doce de frutal 100% natural sem açúcar. Uma das coisas que eu aboli em casa foi o açúcar. Os meus filhos só comem iogurtes naturais. Ao início era terrível, eles diziam “Oh mãe isto sabe tão mal.” e eu respondia “Está bem, a mãe vai comprar fruta, doce de fruta, que é só feito com fruta.”. Saudável, sem açúcares, e com um sabor fantástico. As sobremesas, também são completamente diferentes. Eles adoram uma sobremesa que faço com queijo e gelatinas. Também introduzi sopa, eliminei os guisados e os estufados, e substitui a batata branca por batata-doce.
Que pessoa eras antes e que pessoa és hoje?
Eu não era pessoa. Eu costumo dizer que sobrevivia porque o nosso organismo tem uma capacidade inata de respirar e de se alimentar quando tem fome, então eu sobrevivia.
Sobrevivi durante aqueles anos todos. Não vivia. Eu era completamente infeliz e frustrada. Cada vez que entrava numa loja perguntava “Qual é o maior número que tem?”.
Eu não fazia escolhas, tinha um número. Agora não, agora vivo. Adoro acordar todos os dias de manhã. Vou ao ginásio 3 ou 4 vezes por semana. Não levo telemóvel para o ginásio porque é o meu momento, e é o meu tempo. Mudei a minha forma de vestir. Tanto me visto mais formal, como mais descontraída.
Considero-me uma pessoa jovem, adoro divertir-me e mostrar o meu lado de criança. Acima de tudo, aprendi uma coisa: não tenho de agradar a ninguém, tenho de me agradar a mim própria.
É importante ter a coragem de dizer “Não, não é isto. Tem de ser de outra forma.”. E é esse o exemplo que quero passar aos meus filhos.
Qual é a mensagem que tu queres deixar a quem quer criar uma versão melhor e mais saudável de si própria?
Definir um dia, e não desistir. Mesmo quando passamos naquela montra e vemos um bolo delicioso… Simplesmente devemos virar costas e pensar no mal que nos vai fazer.
Não devemos arranjar desculpas. É importante traçar um caminho e dizer: é isto que eu quero. Mas é preciso ter consciência que o caminho é longo, porque a mudança não se faz num dia, nem em dois nem em três. São mudanças graduais, que cada vez que acontecem nos dão força para a etapa seguinte. Determinação, convicção, insistência, persistência e tudo acontece.
Não desistir, não desistir mesmo!
Para ti, ser feliz é?
Muitas pessoas dizem-me “Tu tens um brilho nos olhos.”. Ser feliz é isso, é acordar de manhã.
Super transformação!
Vegan Nation
é mesmo uma inspiração.